sábado, 15 de novembro de 2014

Dias felizes da minha vida

Sempre ouvi as mães referirem-se ao dia do nascimento dos filhos como o dia mais feliz da vida delas. Antes de ser mãe, imaginava que o momento do nascimento de um filho era algo mágico, assim tudo envolto numa nuvem de doçura, com estrelinhas a brilharem e com acompanhamento de música clássica e tudo (pronto, se calhar, não era assim tanto, mas sim, imaginava algo quase fantástico). Portanto, a fasquia era alta quando chegou o meu momento de ser mãe e de poder finalmente comprovar a tal história de "o dia mais feliz da minha vida".

Na verdade, essas mães tinham mesmo razão porque o tal momento é maravilhoso, mesmo no meio daquela quase multidão de médicos e enfermeiros à nossa volta, mesmo mergulhada num oceano de dores intermináveis de intensidade crescente, mesmo com tantas instruções ("agora ande", "agora deite-se", agora vire-se", "agora faça força", "agora..."), a emoção, a insegurança e de todo um turbilhão de sentimentos. Aquele momento em que o/a vemos finalmente é indescritível.

Ainda assim, considero que existem neste mundo da maternidade, outros dias muito felizes. Há dias em que adormecê-la nos braços ou receber um abraço ou um miminho inesperados provocam uma onda de amor que me faz estremecer o coração. Por isso, atrevo-me a dizer que, não existindo um medidor oficial de felicidade, a do dia do nascimento é certamente única mas vai-se rodeando de outros momentos da mesma natureza.  

terça-feira, 22 de abril de 2014

Por este rio acima #1

Haverá qualquer sistema de alerta em mim que deixou de funcionar. Reconheço que quero ser feliz. Reconheço que restam-me algumas forças mas que ganhei uma carapaça de tal forma forte que roça o impenetrável. Jamais imaginaria o limbo de tristeza e mediocridade em que passei a viver. Onde está a magia que a vida promete a cada amanhecer? Onde estão os momentos em que imaginamos pequenas partículas de felicidade a serem derramadas na nossa cabeça? Onde estão os risos, as festas, as gargalhadas que é suposto preencherem certos momentos da nossa vida? Onde ficaram os momentos de alma lavada e sorriso fácil? 
Não interessa questionar-me sobre porquês. Se as águas deste rio de insensibilidade teimam em arrastar-me para um redemoinho de humilhação e eu continuo a resistir é porque sou suficientemente forte para lhe continuar a fazer frente (não obstante as marcas que vai deixando) e porque continuo a acreditar que outra vida existe. Por agora, limito-me a vê-la passar do outro lado da janela, a ouvir falar dela através de amigos e conhecidos. 


sábado, 15 de fevereiro de 2014

Sonhos

Continuo a sonhar que serei estupidamente feliz, um dia. E acredito piamente que esse dia existe. Entretanto, agrupo-me com pequenos momentos de felicidade que alguns momentos de atrito tentam cercar e ofuscar.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Sim, sim, preciso mesmo de escrever...

Não me lembro porque deixei de escrever neste blog. Afinal, só o facto de outro dia ter escrito meia dúzia de linhas deixou-me logo com um espírito renovado e, para o bem e para o mal, aqui ninguém me ouve/lê e sou só eu e a minha escrita. Acho que vou voltar com muita frequência. 

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Incertezas I

Quem assistisse ao ritmo da minha vida nos últimos tempos, diria que gosto muito de sofrer, de ser espezinhada, mal tratada e mal amada.
Sou um corpo ao qual retiram o viço, sou um espírito onde a alegria vai embaçando lentamente. Devagarinho, vão-me retirando as forças que reuni nos últimos meses, a energia que ainda me empurra da cama e me faz levantar e lutar. Fito sempre os olhos na minha pequena M. e ela não me deixa cair de vez. Ela segura-me quando me dá a mãozinha, quando me faz um carinho, quando sorri para mim. Ela é a força que me resta.