sábado, 15 de novembro de 2014

Dias felizes da minha vida

Sempre ouvi as mães referirem-se ao dia do nascimento dos filhos como o dia mais feliz da vida delas. Antes de ser mãe, imaginava que o momento do nascimento de um filho era algo mágico, assim tudo envolto numa nuvem de doçura, com estrelinhas a brilharem e com acompanhamento de música clássica e tudo (pronto, se calhar, não era assim tanto, mas sim, imaginava algo quase fantástico). Portanto, a fasquia era alta quando chegou o meu momento de ser mãe e de poder finalmente comprovar a tal história de "o dia mais feliz da minha vida".

Na verdade, essas mães tinham mesmo razão porque o tal momento é maravilhoso, mesmo no meio daquela quase multidão de médicos e enfermeiros à nossa volta, mesmo mergulhada num oceano de dores intermináveis de intensidade crescente, mesmo com tantas instruções ("agora ande", "agora deite-se", agora vire-se", "agora faça força", "agora..."), a emoção, a insegurança e de todo um turbilhão de sentimentos. Aquele momento em que o/a vemos finalmente é indescritível.

Ainda assim, considero que existem neste mundo da maternidade, outros dias muito felizes. Há dias em que adormecê-la nos braços ou receber um abraço ou um miminho inesperados provocam uma onda de amor que me faz estremecer o coração. Por isso, atrevo-me a dizer que, não existindo um medidor oficial de felicidade, a do dia do nascimento é certamente única mas vai-se rodeando de outros momentos da mesma natureza.