segunda-feira, 11 de março de 2013

Hera

O que eu gostava era sair de casa todos os dias de manhã, cheia de energia, ter os dias preenchidos com coisas muito interessantes, conciliar todas as tarefas de mãe trabalhadora e chegar à noite com a noção de dever cumprido. Neste plano de imaginação sobraria sempre tempo para me deitar a horas normais e ler uma boa meia hora antes de conciliar o sono. Mas, não é bem assim que acontece. 

É suposto sair todos os dias de manhã, deixar a bebé e ir trabalhar e eu vou. 
É suposto voltar ao fim de umas horas de trabalho e eu volto. 
É suposto começar na segunda parte da minha vida profissional durante a tarde, mas não começo. 

Geralmente, vegeto um bocadinho, imagino que é nesse dia que vai mudar tudo e concentro-me depois em tarefas domésticas e na pequena M. que entretanto já acordou da sesta. Era suposto ter um fluxo de trabalho regular mas não tenho. E isso, a princípio, aborrecia-me. Agora passou a tornar-se um hábito. Este hábito é uma planta trepadeira, que cobre muros e paredes e emoldura janelas de casas. 

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