sábado, 16 de fevereiro de 2013

Agora percebo-te, Maria do Amparo...


Na minha infância, via e ouvia na televisão o Carlos Alberto Moniz e a Maria do Amparo. Na minha opinião de criança (à altura dos factos), achava que aquele casal cantava sempre com muita paixão e entrega, como se em cada verso colocasse um pouco da sua alma. Depois, deixei de ouvi falar deles. Era criança, não questionei. Entretanto, lá voltei a ouvir e a ver o Carlos Alberto Moniz sempre nas andanças da música, com aquele sorriso aberto e a mesma entrega. Dela não se ouvia falar. 

Há uns anos atrás, vi-a numa entrevista em que explicava que a partir do momento que foi mãe, passou a ser cada vez mais difícil dedicar-se à vida de artista e afastar-se das suas filhotas. Sei que quando ouvi estas palavras me soaram como algo um pouco desesperado e talvez até como um sinal de algum desequilíbrio.

Sei agora que não podia estar mais errada. Percebo-te muito bem, Maria do Amparo. Faltam poucos dias para o meu regresso ao trabalho e estou mais ou menos em pânico. De cada vez que penso no assunto, tenho vontade de correr a abraçar a minha bebé e deixá-la ficar nos meus braços a sentir o coraçãozinho dela bater, o corpinho dela contra o meu peito, o rosto colado ao meu, até ela me perscrutar com os olhos curiosos dela e eu sentir que a devo soltar... mas só um bocadinho. 

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